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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Curiosidades: Um pouco sobre a alimentação em alto mar no século XIX


Hoje passeamos no porto histórico de Portsmouth, a cerca de 2 horas ao sul de Londres. Fomos lá visitar o HMS Victory, navio do Lord Horatio Nelson, Almirante que venceu a batalha de Trafalgar em 21 de Outubro de 1805.
Essa foi uma garotinha que vi se divertindo com um pacote de batatinha frita sabor vinagre e sal

Apesar de ser baixinho, ser cego de um olho e ter perdido o braço direito em uma outra batalha, parece que o sujeito era O CARA e a mulherada adorava ele. Enfim, como gosto é como braço: cada um tem o seu (no caso do Nelson ele pelo visto tinha pouco), vamos deixar a vida pessoal dele para lá…
Bom, o legal é que durante a visita às docas históricas é também possível visita o HMS Warrior, um outro navio ainda aberto à visitação. Lá tinha uma cozinha no piso inferior com um fogão de ferro muito legal. Também foi possível ver aonde a tripulação comia e saber um pouco sobre o que eles comiam.
O forno do HMS Warrior
Notem as panelas de cobre. Lindas!
Hora do rango...

Agora, o que eles comiam é outra história: segundo o guia, a tripulação tinha 3 refeições por dia.
Eles começavam o dia com um delicioso mingau frio feito com água, aveia e açúcar mascavo. A segunda refeição, servida ao meio dia era normalmente um cozido de legumes e carne. No começo da viagem os legumes e carnes eram frescos, mas com o passar dos meses, a coisa ia ficando preta e dali por diante era só cozido de grãos com carnes corservadas (quando isso!).
Agora, o ponto alto da gastronomia marítima era o lanchinho da noite, aonde a tchurma comia um biscoito chamado Ship Biscuit ou Hard Tack. Esses biscoitos eram feitos com farinha de ossos ou farinha de cereais, àgua e sal. No começo da viagem esses biscoitos eram apenas ruins e duros, mas com o tempo eles apodreciam e ficavam infestados com parasitas. Os marinheiros então tinham o hábito de bater o biscoito na mesa para os “bichinhos” sairem . E costumavam comer no escuro deitados nas suas redes. Afinal, o que os olhos não viam o estômago não sentia!
O tal do biscoitinho infame

Aprendi muitas coisas novas hoje com esse passeio, inclusive a dar mais valor a miojo nosso de cada dia! E viva a comida enlatada! :o)
XX

domingo, 29 de janeiro de 2012

Receita de Brigadeirão


Nestes dias frios de inverno (bom, na verdade não tão frios como eu gostaria…) ou quando estou atacada no trabalho eu adoro chegar em casa e comer uma fatia bem grossa de brigadeirão. O maridão morre de medo quando decido fazer uma sobremesa “gordinha”, pois ele já sabe que a tentação está bem ali, na geladeira – e a gente fica “batendo o ponto” na geladeira todas as noites..

Eu comecei a ficar viciada em brigadeirão aqui em Londres, depois que provei um quando fomos para o Rodízio Rico, uma churrascaria local. Voce pode prepará-lo tanto no forno convencional ou no microondas. Apesar de demorar muuuuuuuuuito mais no forno convencional, eu ainda prefiro esse método talvez porque cismei que a forma de silicone que uso quando faco no microondas deixa gosto na comida...  enfim, vou postar as duas opções (e depois vou comprar uma forma de silicone melhor!)
E para ficar com aquele aspecto lindo, enorme e bonitão, você tem que usar a receita já dobrada, como a que eu escrevo aqui! Agora, se for fazer só para você e a sua “outra metade da laranja”, reduza a receita e o tempo pela metade.

BRIGADEIRÃO






Ingredientes (receita dobrada)
  • 2 latas de leite condensado
  • 600ml ou a medida de 2 latas de creme de leite fresco (preferível que seja fresco, mas se não tiver, vai o de latinha mesmo)
  • 6 ovos inteiros
  • 2 colheres de sopa de margarina ou manteiga sem sal
  • 1 xícara de chocolate em pó do Padre (cacau concentrado – nada de Nescau ou Toddy!)
  • Chocolate granulado para decorar
  • Um pouco de açúcar para untar a forma
Preparando…

Bata todos os ingredientes no liquidificador*. Eu prefiro deixar o creme de leite por último, porque se você o colocar primeiro acaba virando Chantilly. Bata até a mistura ficar homogênea e praticamente dobrar de tamanho.
(*) Se no seu liquidificador não couber a receita dobrada, trabalhe em duas etapas.


Opção 1 – forno convencional

Unte uma forma (do tipo anel) com margarina e polvilhe com açúcar. Coloque a mistura  na forma e cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 180°C (temperatura média ou a 160° para fornos com ventilador) em banho maria por aproximadamente  1:40 -2 horas ou até o palitinho sair limpo.

Desenforme  ainda morninho e imediatamente cubra com o granulado. A consistência fica mais gostosa depois de resfriado na geladeira.

Opção 2  – forno de Microondas

Unte uma forma não metálica (do tipo anel) com margarina e polvilhe com açúcar. Coloque a mistura  na forma e e leve ao forno de microondas por aproximadamente 13 minutos na temperatura alta ou até o palitinho sair limpo. Se for fazer meia receita, cozinhe por apenas 7 minutos na temperatura alta.

Desenforme  ainda morninho e imediatamente cobra com o granulado. A consistência fica mais gostosa depois de resfriado na geladeira.

Uma fatia do produto final! :o)
Dicas:


Não sabe ou não confia na temperature do seu forno convencional? Mantenha na temperatura média e vá checando com o palito se a consistência está mais firme. O palito sai sujinho, mas não sai molhado como se estivesse saindo de uma calda de chocolate. É melhor deixar no forno por mais tempoe  em temperatura mais baixa do que sentir aquele cheiro de queimado pela casa e a certeza de que a sobremesa foi para o brejo (né Renata?).
E porque usar o papel alumínio quando assar no forno convencional? Bom, das primeiras vezes que fiz o brigadeirão, eu achei que depois das 2 horas a crosta que formava em cima queimava um pouquinho e eu não gostei do gosto (claro). O papel alumínio conserva a superfície assada, porém não queimada.
Enjoy!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Receita de Rolinho Primavera


Essa semana comemora-se  oficialmente o início do ano novo chinês (Ano do Dragão). A Chinatown em Londres entre o Soho e Leicester Square deve estar bombando de gente!
E nada que lembre mais comida chinesa do que rolinho primavera. Quem não gosta de um bem quentinho mergulhado no molho agridoce?
Os rolinhos recebem este nome pois são típicos das festividades de ano-novo – o que geralmente coincide com o início da primavera no hemisfério norte.
Um dia destes andando por Bayswater, eu descobri  um mercadinho oriental com todos os ingredientes para preparar guioza, rolinho primavera, sopa missô, etc.  Fiquei com vontade de testar as minhas habilidades culinárias!
O complicado é encontrar a massa do rolinho. Dá para fazer, mas por ser super fininha e bem trabalhosa, eu recomendo procurar o pacote de massa pronto em lojas especializadas em produtos orientais. Não custa mais do que £2.50. Eu usei o pacote com 50 unidades quadradas com cerca de 15cm de lado. O resultado são rolinhos primavera de tamanho médio, bons para entradas. O bom é que voce não precisa consumir o pacote inteiro e pode congelar o restante.
Essa foi a massa que encontrei na mercearia oriental em Bayswater

E garanto que eles saem bem mais gostosos do que os comprados no chinês da esquina! Fora que você sabe o que esta colocando dentro (não é igual o do Restaurante Careca em Brasília, onde você pode encontrar até band-aid dentro)!
E por falar no recheio, isso tambem varia muito. Vai depender do que voce tem disponível na geladeira ou no mercado. Você pode acrescentar frango ou camarões bem pequenininhos, usar só legumes, colocar pimenta chilli fresca… enfim, voce é livre para criar! Como eu tinha broto de feijão e acelga em casa, eu usei estas verduras como base.
ROLINHO PRIMAVERA
(rende aproximadamente 12 unidades)

Ingredientes
Parte dos ingredientes que usei
  •          1 pacote de massa de rolinho primavera em temperatura ambiente (cerca de 1 hora fora da geladeira) - você vai precisar de aproximadamente 12 -15 folhas de massa.
  •           1 colher de sopa de oleo de gergelim
  •           100g de broto de feijão
  •           2 xícaras de acelga cortada bem fininha (ou repolho branco)
  •           1 cenoura média cortada julienne
  •           6 cogumelos shitakes cortados ao longo
  •           ½ maço de cebolinha cortada ao longo (ou cebolinha japonesa – Nirá)
  •           1 colher de sobremesa de gengibre ralado
  •           2 dentes de alho cortados fininhos
  •           2 colheres de sopa de molho de shoyu
  •           2 colheres de sopa de molho de ostra (encontrado em lojas especializadas em produtos orientais)
  •           Pitada de Sal
  •           Pitada de Ajinomoto
  •           Ovo batido para pincelar
  •           Óleo vegetal para fritar

** se voce quiser, pode acrescentar tambem pimentão vermelho cortado fininho (nao sou muito fã), camarões, tirinhas de frango, broto de bambú, cebola cortada bem fininha (maridão não curte),  castanha oriental cozida… Se for acrescentar algum tipo de carne, refogue rapidinho antes de acrescentar os vegetais na frigideira.

Preparando...

Em uma frigideira grande ou Wok aqueça o óleo de gergelim e refogue o alho e o gengibre até a mistura liberar os aromas (sem precisar tostar o alho).

Acrescente a cenoura cortadas julienne, os cogumelos, acelga (ou repolho branco), broto de feijão e a cebolinha (ou nirá). Refogue em fogo alto para nao juntar agua no fundo. Adicione o molho de ostra, molho shoyu e ajinomoto. Deixe refogar de  3 a 5 minutos ou até as verduras murcharem um pouco. Os legumes não devem cozinhar por completo, e sim permanecerem levemente crocantes. Prove e ajuste o sal se necessário. Retire da frigideira e deixe esfriar por completo.


Refogando no Wok...


Disponha a massa na sua frente do sentido diagonal e coloque o recheio na parte inferior do “prisma”, sem tocar nas laterais (fotos abaixo)

Coloque o recheio na parte inferior da massa

Enrole até o meio, e dobre as laterais para dentro formando um envelope.
Pincele o ovo batido na parte de cima do envelope e termine de enrolar a massa.

Pincele o ovo batido no topo da massa, que no final fecha o rolinho

Enrole a massa formando um envelope



Pegue as laterais e dobre para dentro


Aqueça o óleo e frite os rolinhos até que fiquem dourados.

Frite em oleo bem quente e escorra



Sirva com molho agridoce ou sweet chilli sauce.
Hummmm... pena que eu frito e como ao mesmo tempo!

Bom apetite!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bruxelas: waffles, escargots, chocolates, moules frites… tantas coisas boas!!!


É claro que quando a vovó esteve por aqui em setembro de 2011 e cismou que queria ir sozinha para Paris eu vetei a idéia e sugeri que fossemos para Bruxelas de Eurostar. Apesar da minha amiga Valéria ter ficado um pouco decepcionada com a cidade, achando tudo meio sem personalidade como qualquer outra capital da Comunidade Européia, eu ainda não conhecia e estava curiosa para provar todos aqueles chocolates!
Ok que os mesmos chocolates poderiam ser comprados na Harrod’s aqui na esquina, mas nada como sair andando em Bruxelas e compra-los in loco.

E na minha programação não só tinha chocolate: tinha os waffles doces, as moules frites, steak frites, “frites” sozinhas, e tudo mais que fizesse os meus olhinhos brilharem.

Moules frites já é uma pedida campeã lá em casa, já que quando o Horácio (meu 2nd pai) e a minha mãe vêm à Londres ou passam em Paris, o Belgo em Covent Garden ou o Chez Leòn perto da Òpera de Paris são paradas obrigatórias – às vezes mais de um dia seguido. Gente antiga tem disso: quando gosta de alguma coisa, é aquilo 24/7.

Bom, voltando à Bruxelas, vovó e eu ficamos no Bloom! Hotel que fica um pouquinho longe do burburinho, mas nada que uma boa andada não resolvesse. O hotel é um Boutique bem moderno, com cada quarto com a pintura da parede feita por um artista plástico diferente. O nosso infelizmente tinha uns olhos horríveis pintados, mas era meio tarde para trocar…

Na frente do hotel tinha um Carrefour Express e lá a já descobrimos uns mini salames deliciosos que foram a salvação entre refeições. Voamos baixo no quesito restaurantes caros. Preferimos na ocasião aproveitar os poucos Euros que nos restavam sentindo só o clima da cidade.

Comprei todos os chocolates que queria! Para definir qual seria a minha marca favorita, escolhi como ponto comum a trufa de chocolate meio amargo, que é a minha favorita. As marcas que escolhi foram:
Godiva – claro!
Leônidas – bem popular, tem em quase qualquer esquina de Bruxelas
Neuhaus – Inventor da Praline. Também tem em cada esquina.
Pierre Marcolini – considerado a opção mais sofisticada. Eles não vendem só vendem chocolates, mas também macaroons e pâtisseries finas.

O meu veredicto: eu gostei mais das trufas da Godiva. Tudo bem que as que eu gostei nem foram as de chocolate meio amargo e sim as de conhaque (m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s). Da próxima vez compro só delas. As que nenos gostei foi as da Neuhaus, pois achei o conteúdo de açúcar muito alto. As da Pierre Marcolini ainda estão lá em casa. A caixa é linda e as trufas são super delicadas, mas o teor de cacao é bem alto (acho que uns 80%), fazendo com que não seja possível abater a caixa toda em uma sentada, a não ser que eu queira ficar acordada 3 dias seguidos.

E a minha visita não sera a última. Quero voltar de novo e provar com mais tempo e experiência!
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As pâtisseries lindas da Pierre Marcolini. Tão lindas que dá pena de comer!
Os Waffles belgas encontrados nos quioskes da cidade

Steak de cheval (cavalo). É uma delícia mal passado!

Minha modelo gastronômica provando as moules frites.
Vovó arriscando com os escargots
(no final a gente decidiu que só a mamãe e a gato da vizinha que têm estômago para comer isso)